sexta-feira, 23 de maio de 2008

Notícias no ciberespaço

“Com o aparecimento da internet verificou-se uma rápida migração dos mass media existentes para o novo meio sem que, no entanto, se tenha verificado qualquer alteração na linguagem. O chamado "jornalismo online" não é mais do que uma simples transposição dos velhos jornalismos escrito, radiofónico e televisivo para um novo meio” [CANAVILHAS, 2001]

O termo ciberjornalismo (ou jornalismo digital) resultou da importância da criação de uma palavra que justificasse a cada vez mais frequente publicação de notícias na internet. Assim, de forma sucinta, o ciberjornalismo pode entender-se como “o jornalismo produzido para publicações na Web por profissionais destacados para trabalhar, em exclusivo, nessas publicações. O ciberjornalismo é ainda definido como sendo produzido mais ou menos exclusivamente para a World Wide Web e pode ser funcionalmente diferenciado de outros géneros de jornalismo pela sua componente tecnológica enquanto factor determinante em termos de uma definição operacional.” [DEUZE 2004 in BASTOS].

A entrada gradual do jornalismo na internet fez-se em três fases, segundo John Pavlik : na primeira, os jornais apenas transferiram os seus conteúdos originais para a rede; na segunda, começam a ser criadas algumas notícias originais que são enriquecidas com hiperligações; na terceira, verifica-se a criação total de novo material com o objectivo de o colocar exclusivamente on-line.

Entre as vantagens do novo meio, podem destacar-se a instantaneidade, a interactividade, a atractividade, a distribuição fácil e a produção mais barata.

Para além disso, ao texto corrido, podem juntar-se novos “aliados”, impossíveis de incluir no texto de uma notícia, num meio tradicional. Deste modo, a notícia na internet pode incluir som que acrescenta credibilidade e objectividade à notícia; a imagem (fotografia ou vídeo) no local do acontecimento, “mais do que a cor da palavra, a verdade da imagem recolhida no local empresta à notícia uma veracidade e objectividade maior do que a simples descrição do acontecimento.” e as hiperligações, que formam uma rede de pequenos atalhos para artigos relacionados com o tema em questão. Pode falar-se, então, de uma linguagem multimédia (texto, som, imagem estática ou em movimento) que obriga à reconfiguração da prática de produção jornalística. [CANAVILHAS, 2001]

O leitor, ou webleitor, tem também, um papel muito importante na interacção com o texto. Sendo a internet um meio activo, webleitor está habilitado a interagir com outros leitores, com maior facilidade, permitindo a troca de opiniões, resposta, sugestões e/ou correcções ao jornalista que redigiu a notícia e, de forma genérica, “desconstruir” a notícia, com recurso às hiperligações, recorrendo assim às fontes, a outros artigos ou opiniões.

“O ciberjornalismo expande, pois, alguns limites do jornalismo dos media tradicionais. Mais do que a recolha de notícias, análise e reportagem, trata-se de aqui ir para além das notícias, incluindo ideias, estórias e os diálogos através dos quais os leitores podem aprender uns com os outros.” [BASTOS]

De forma breve pode concluir-se que o ciberjornalismo apesar de não estar ainda muito bem definido nem implementado, em parte devido à confusão que se gera na World Wide Web, pela convergência de meios, tem todo um conjunto de factores em seu favor, para ser a forma mais comum de se realizar jornalismo num futuro próximo.

“À medida que a tecnologia e o conceito de jornalismo forem mudando, também a definição de jornalismo irá mudar”[BASTOS]

Links a consultar
João Canavilhas
Inês Amaral
Fernando Zamith

ciberjornalismo

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