sexta-feira, 4 de abril de 2008

_Web 2.0_



A Internet evoluiu à escala mundial de forma tão drástica e repentina, em parte, devido à grande vantagem que esta proporciona ao permitir às pessoas comunicar sem restrições. Assim, a Internet tornou-se no meio de eleição para as pessoas que se encontram distantes, se corresponderem.
Para além desta aplicação, a Internet é usada cada vez mais no quotidiano de cada um, seja por hábito ou necessidade, e nas mais distintas tarefas.

Após o aparecimento da World Wide Web, que através dos diferentes browsers, permite a disponibilização de imagens, textos e sons, a Internet ganhou novo ânimo para avançar.

Ao longo do tempo, fomos assim acompanhando a sua evolução. Primeiro, existiam apenas umas páginas simples com texto ordenado e imagens, apenas reservadas à consulta por parte daqueles que tinham conhecimento do HTML; seguidamente o aparecimento de editores de HTML e linguagem de programação mais complexa; depois surgiu a Web 1.0: www e o correio electrónico, assim como os fóruns de discussão, chats, conversas on-line, que foram durante muito tempo o espaço onde os utilizadores da Internet travavam conhecimentos e trocavam informações.

Porém, deparamo-nos neste momento com um conceito muito mais alargado, apesar de não ser muito consensual, do que realmente é a Internet dos nossos dias.
Deste modo surge o termo Web 2.0. Mas em que consiste de facto a Web 2.0?

Este conceito teve a sua origem em 2004 graças à empresa
O’Reilly Media e refere-se à segunda geração de serviços na Internet. Podemos dizer, que a Web 2.0 é uma plataforma dinâmica pois permite a interacção de vários utilizadores na partilha de informação e dinâmica em relação aos próprios conteúdos externos para outros sites, o que os vai mantendo todos interligados – não há fronteiras!
Com a Web 2.0 já é permitido aos utilizadores efectuar três tarefas possíveis: read (ler), write (escrever) e execute (executar). Isto traduz-se no facto do utilizador passar a ter um papel mais activo, acabando por ser um “emissor participativo” na publicação da mensagem.
Permite também aos utilizadores consumir conteúdos produzidos por outros utilizadores, (tais como a Wikipedia e os blogues). No entanto, apesar de não ser uma regra, pode considerar-se que, quantos mais usuários produzirem e consumirem informação, mais esta é actualizada e corrigida, tornando-se mais correcta com o passar do tempo. Gera-se um “ciclo vicioso”.

A Web 2.0 está também interligada com o termo socialware – “inteligência colectiva e conectiva dos utilizadores da Internet”.



Algumas das
funcionalidades da Web 2.0 são:

Ajax: Asynchronous Javascript And XML; este termo foi criado para incluir duas características dos browsers: como efectuar pedidos ao servidor sem ter de recarregar a página e analisar gramaticalmente e trabalhar documentos de XML.

RSS: Really Simple Syndication; esta ferramenta tem a função de alertar os utilizadores da Web para as constantes actualizações ocorridas no conteúdo dos sites que são fornecedores de feeds (fontes). Esses alertas são fornecidos pela ferramenta RSS feeds, que mantém o usuário actualizado sem que tenha a necessidade de consultar página uma a uma.

Tags: Os tags estão enquadrados dentro de uma nova forma de classificar a informação, a “Folksonomia”. Este novo termo advém das palavras “folks” (povo) e taxonomia (classificação), significando qualquer coisa como “a classificação do povo”
Mas, especificamente, podemos dizer que tags são etiquetas ou rótulos usados pelos utilizadores para caracterizar os assuntos ou categorias de posts. Estas ferramentas facilitam a organização e pesquisa de páginas na Internet por todos os utilizadores.

Wiki:
este termo é utilizado para definir um certo tipo de documentos permitindo a edição conjunta dos mesmos, não sendo necessária a sua revisão antes da publicação. Os documentos podem ser publicados em hipertexto ou software colaborativo, ou seja, o conteúdo dos sites é actualizado ao longo do tempo graças à cooperação entre todos os utilizadores. Este método permite uma maior facilidade na correcção de erros, no complemento de ideias e partilha de nova informação.
Porém, o risco de confiar nas informações publicadas tem sempre que se considerado: estas podem ter sido divulgadas por pessoas não especialistas nos assuntos sobre os quais escrevem ou até por mero vandalismo, difamação ou brincadeira.

Weblogs: termo procedente do termo log (diário de bordo) que era publicado na Web. São páginas pessoais actualizadas com frequência, organizadas de forma cronológica.
“Os weblogs congregam as principais características da Internet. São utilizados para comunicar, como o correio electrónico; permitem discutir e analisar assuntos, à semelhança dos fóruns de discussão; possibilitam o contacto entre pessoas distantes que partilham ideias e objectivos comuns, como os chats; e são facilmente acedidos através da World Wide Web. A acrescer a tudo isto está o facto de poderem ser criados e mantidos mesmo por quem tem pouco ou nenhuns conhecimentos de programação para Web.” (BARBOSA, Elisabete; GRANADO, António; 2004; p.12)

Segundo Giuseppe Grannieri, grande especialista na área digital, os blogues foram responsáveis pelo grande impulso da Web 2.0 pois, antes do seu aparecimento não existia a vertente pessoal na internet, apenas os fóruns ou grupos de discussão, em que a identidade era do grupo e não de cada um.


Relativamente às ferramentas proporcionadas pela Web 2.0, encontram-se apenas referidos os exemplos mais populares entre os utilizadores:

Del.icio.us: destinado ao arquivo e partilha de outros sites;

Digg: site composto por artigos recomendados pelos utilizadores da Internet, considerados com bastante interesse

Flickr: site de partilha e pesquisa de fotografias

My Space: comunidade onde as pessoas partilham interesses idênticos

NetVibes: permite a criação de uma página com as características escolhidas pelo utilizador

Twitter: usado para que os utilizadores da Internet ponham todas as outras ao corrente daquilo que faz em cada momento.

Wikipedia: enciclopédia escrita e actualizada pelos utilizadores que pretendam colaborar na sua construção

Youtube:
permite a partilha e visualização de vídeos, colocados à disposição por outras pessoas.

Last.FM: sugere novas músicas, novos artistas, novos estilos, consoante o perfil indicado pelo ouvinte, criando assim, uma espécie de emissora de rádio particular.

Second Life: simulador tridimensional de aspectos quotidianos e sociais; considerado como “segunda vida” ou “vida paralela”.

Em suma, após esta análise, verifica-se que o conceito Web 2.0, apesar de não possuir ainda uma definição oficial e definitiva, reúne neste momento, o consenso da maioria dos seus utilizadores: mais ou menos entendidos no assunto. A Web 2.0 é sem dúvida um “mundo” cheio de novas possibilidades que todos os dias, provavelmente todas as horas, são interrogadas, explicadas, ultrapassadas.
Porém todos concordamos em dizer que esta mais recente plataforma da Internet, tem muitas vantagens:
- a ter em conta a quantidade de informação existente (apesar de nem sempre ser sinónimo de qualidade)
- a informação gratuita e de fácil acesso
- os conteúdos interactivos, que circulam entre utilizadores podendo a informação correr uma vasta área, num curto período de tempo



Ler, escrever, reescrever, alterar, corrigir, acrescentar, modificar, actualizar, substituir, apagar, interagir, comunicar, partilhar, simplificar, dinamizar... São a melhor definição de Web 2.0.